Digitalização de processos é o caminho para diminuir a burocracia, segundo estudo do BID
Por
IPM
21 jun, 2018
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Última atualização: 13 jul às 14:29
Brasil está entre os países com procedimentos administrativos públicos mais lentos da América Latina
A burocracia já virou sinônimo de procedimento administrativo no setor público. Essa fama faz com que a maioria da população veja com maus olhos qualquer trâmite que envolva prefeituras e secretarias. Filas de espera, ligações que não resolvem o problema e pilhas de papéis são algumas das características da gestão. Mas não é só senso comum: o Brasil é um dos campões da América Latina em tempo perdido com a burocracia.
De acordo com o estudo O fim do trâmites eternos: cidadãos, burocracia e governo digital, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o país fica em 12º lugar em um ranking com 18 países. Aqui, leva-se em torno de 5,5 horas para realizar um procedimento, mais do que países como Argentina (4,8h) e Venezuela (5,3h). O primeiro lugar de agilidade ficou com o Chile, com 2,2 horas. Já o último ficou a Bolívia, com 11,3 horas.
A perda de tempo, dinheiro e produtividade, porém, tem solução: digitalizar os processos burocráticos é a alternativa proposta pelo BID. Para se ter uma ideia, o processo presencial custa até 40 vezes mais aos governos locais do que se feitos em plataforma digitais.
Procedimentos digitais também demoram até 74% menos do que os presenciais para serem concluídos. O estudo descobriu que apenas metade dos procedimentos são resolvidos com apenas uma interação entre cidadão e órgão público.
A média de atendimentos que exigiu três ou mais interações foi de 25% entre os países – no Brasil essa porcentagem é de 28%. O maior índice foi o da Bolívia, com 41%, e o menor de El Salvador, com 15%. Essa necessidade de pessoal gera ainda mais custos para acessar serviços básicos como pagamento de impostos e obtenção de uma certidão de nascimento, por exemplo.
Apesar da burocracia, o Brasil é um dos países mais avançados em tecnologias do setor público: mais da metade dos procedimentos destas nações são realizados de forma on-line. Porém, ainda há um longo caminho a percorrer.
Entre os entrevistados, apenas 7% realizaram o último procedimento através de ferramentas digitais. Comparando com a União Europeia a diferença é gritante: lá, 81% dos processos são feitos pela internet.