Atendimento on-line aos cidadãos é desafio que precisa ser enfrentado pelas Prefeituras
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IPM
4 jun, 2021
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Última atualização: 27 maio às 14:51
A pandemia do novo coronavírus acelerou a migração de atividades rotineiras para o meio digital e trouxe um novo desafio para os prefeitos: oferecer atendimento on-line aos cidadãos. Ou seja, realizar a prestação de serviços com menos burocracia e mais agilidade.
Dados de uma pesquisa feita entre outubro e dezembro de 2020 pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) mostram que 86% dos brasileiros se sentem adaptados ao mundo digital e “estão prontos para aproveitar ofertas de serviços digitais pelo setor público”.
Ao mesmo tempo, diz a pesquisa, “quase metade dos cidadãos não conhece os serviços públicos digitais providos por municípios ou não os utilizam”. Então a diferença entre os números indica um grande potencial para a transformação digital nas cidades.
Conforme Clenilton Pereira, os municípios de maior porte, com mais recursos, saíram na frente no processo de digitalização. No entanto, é preciso enfrentar barreiras culturais e apoiar a disseminação da tecnologia também para as cidades de menor porte. Pereira é prefeito de Araquari (SC) e presidente da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM).
A entidade tem câmaras técnicas que oferecem auxílio aos municípios na implementação de ferramentas digitais. “A tecnologia nos ajuda a eliminar papéis, o que diminui a burocracia e tem um benefício extra de sustentabilidade”, salienta.
“E possibilita, ainda, simplificar o acesso do cidadão a serviços, além de garantir mais transparência na gestão pública”, completa. De acordo com Pereira, a digitalização permite também maior interação do cidadão com o poder público.
Inclusive, a pesquisa do BID perguntou quais seriam as melhores formas de atendimento on-line aos cidadãos no serviço público. Conforme o levantamento, 60% dos cidadãos preferem via site, aplicativo ou mensagem de texto. E o motivo apontado foi “economia de tempo”.
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Demanda por serviços digitais existe e tende a crescer
Outra pesquisa, a TIC Covid 19 – realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostrou que 57% dos usuários de Internet com 16 anos ou mais realizaram algum serviço público com atendimento on-line aos cidadãos no terceiro trimestre de 2020. Entretanto, na pesquisa anterior, com dados referentes a 2019, o percentual era de 37%.
“Há uma tendência evidente e inescapável de mais e mais cidadãos acessarem serviços públicos on-line. Isso não vai mudar mesmo depois de superarmos a pandemia. Então as prefeituras precisam estar preparadas”, avalia Sedi Zanella.
Zanella é gerente de relacionamento da IPM Sistemas, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão pública em nuvem. Com 25 anos de atuação, a IPM atende entidades dos três estados do Sul, de São Paulo e de Minas Gerais. Seu software, o Atende.Net, é desenvolvido especialmente para atender Prefeituras, Fundos, Fundações, Autarquias, Institutos e Câmaras de Vereadores.
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Mudanças na legislação exigem planejamento
De acordo com Zanella, a própria legislação vai impulsionar a migração dos municípios para o ambiente digital. Recentemente o presidente Jair Bolsonaro sancionou a chamada Lei do Governo Digital. Além disso, no início de maio, encerrou o prazo para que os gestores públicos apresentassem aos órgãos de controle de contas o plano de ação para adequação ao novo Siafic.
A regra, que atende preceitos estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), prevê que os municípios se adaptem até 2023. Além disso, determina que implementem ferramentas tecnológicas que garantam unificação e transparência nos dados. Para implantarem a chamada prefeitura digital, os gestores precisam apostar no planejamento.
Em seguida, confira 6 passos listados por Zanella para auxiliar os administradores na oferta de atendimento on-line aos cidadãos:
Forme uma equipe para entender e listar as necessidades do município. Então esses profissionais vão delimitar necessidades, entender o que os cidadãos e servidores públicos do município precisam e definir as prioridades na implementação do sistema. Algumas variáveis que devem ser analisadas: áreas que serão informatizadas; o número de usuários; o total de habitantes; a quantidade de imóveis urbanos; as empresas existentes na cidade; entre outras.
Busque uma empresa com tecnologia em nuvem e que desenvolva sistemas únicos, pois permitem uma visão geral da administração pública, com dados atualizados em tempo real, além de atenderem às determinações do novo Siafic (Sistema Único e Integrado de Execução Orçamentária, Administração Financeira e Controle);
Defina prioridades, ou seja, foque em implementar inicialmente o básico e o que for mais importante;
Trace um plano de longo prazo para expansão dos serviços;
Ofereça opção de autoatendimento em seu site. Dessa forma, o cidadão poderá acessar para emitir e pagar guias de impostos, solicitar serviços, fazer registros de ouvidoria e tirar dúvidas sem sair de casa;
Tenha um sistema de feedback do usuário, afinal, ouvir a opinião de quem utiliza os serviços é muito importante para melhorar o atendimento.
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Ainda, o desafio para as Prefeituras digitalizarem os serviços prestados aos cidadãos foi destaque também no PR. Como foi o caso do site Rio Mafra Mix.